Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6

Relembrando a primeira mensagem :

Athena Vandyke

Idade: 17 anos.
Altura: 1,62 m.
Peso: 53 kg.
Distrito: 6.
Destro ou canhoto? Ambidestra.
Ocupação: Bagageira.

Perícia com: Faca(70%).

Habilidades: Medicinal(100%), Armadilhas(50%), Camuflagem(50%), Furtividade(50%).

Distribuição dos Atributos:
Agilidade: 6
Precisão: 5
Inteligência: 5
Força: 5
Charme: 6 {Tem um pequeno espaço nos holofotes}
Carisma: 4
Astúcia: 4
Resistência: 8

Fraqueza: Displasia da anca.

Photoplayer: Astrid Bergès-Frisbey.

Três palavras: Determinada, interesseira, carinhosa.

Sobre: O sonho da mãe de Athena foi desde criança o de ser mãe. Nunca parecia dar certo. Mas depois de seis anos a tentar conseguiu engravidar. A gravidez foi calma e sem incidentes, os problemas se deram no parto. Ela queria ter a filha sem ajuda de terceiros, ao ver que quase perdia a esposa, seu marido foi chamar a parteira mais próxima. As duas se salvaram, mas a criança que ai nasceu nunca viria a andar, falar ou fazer o que quer que fosse sozinha. Assustada e deprimida a senhora tomou então a decisão de ter um segundo filho "Que vai ser de minha filha quando eu não estiver por perto? " pensava. E ai nasceu Athena. Foi sempre educada para cuidar e tratar da irmã. Faltava muitas vezes à escola e era para isso que vivia. Mas a medicina rudimentar do distrito 6 não fazia prever que o quadro clínico de sua irmã fosse tão grave e ela viria a morrer antes de Athena completar 12 anos. Desgostosa a mãe de Athena pôs fim à vida, se achando uma mãe falhada como explicara num bilhete que deixou a ela. Desde então que Athena vive para sustentar e tratar de seu pai doente.

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 KzCoRryeQ22222

00:xx hrs
10ºC
"..."

Os Tributos do Distrito 6 decidem seguir para sudoeste e escapar da névoa. Eles caminham durante alguns minutos e vão se distanciando aos poucos do que eles julgavam ser uma ameaça. Alpha pega alguns frutinhas e entrega para Athena. Eles comem um punhado delas e Alpha continua a colher mais para guardar. De repente, Athena solta um grito e cai para o lado. Sua mão direita ardia tanto que a garota acabara deixando o paraquedas cair. A névoa estava ali do lado deles, avançando mais rápido do que antes. Já não havia como recuperar o paraquedas com o kit de primeiros socorros.

Athena corre atrás de Alpha para fora da floresta, com a névoa tóxica os perseguindo. A dor na mão da garota era tremenda, mas Athena resiste bem até conseguirem escapar dali. Assim que cai de joelhos na areia da praia já cansada de tanto correr, a jovem olha para trás. A névoa havia parado no limite da floresta, saindo um pouco dela mas não o suficiente para alcançar os Tributos do Distrito 6.

— CHOCOBUS, PEGUEM AQUELES DESGRAÇADOS!

Athena olha instintivamente para o Duende que gritava a todo pulmões e apontava para ela e Alpha e também para o casal de Tributos do outro lado da praia. Estava escuro, mas os dois conseguiam ver, graças a luz da lua, um bestante pássaro correndo por uma das pontes e indo em direção a eles.

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 Chocobus

Situação:
Saúde (70/100)
Fome (70/100)
Sede (82/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

Tudo estava bem. Bem demais. Uma névoazinha no nosso encalço, mas o que era isso, não é verdade? Óbvio que não. Você não pode chegar ao quinto dia de jogos e pensar que sairá ilesa, ou que sua única tortura até a sua morte será uma pancada no ombro.

Minha mão ardia como se eu a tivesse posto na chama. E não havia nada que eu pudesse fazer, nossas coisas ficaram para trás na névoa. Não poderíamos voltar para trás a buscá-las. Quando chegamos à areia da cornucópia caiu de joelhos e solto um grito, de dor e de raiva por não fazer nada certo nessa puta de jogo.

Enquanto ainda estou tentando recuperar o folego, aquela criatura maldita que está no cimo da cornucópia volta a se fazer ouvir: "Peguem aqueles desgraçados!" Esses seríamos nós? Levanto o olhar para encarar a criatura lá do cimo. A sua semelhança a um humano era no mínimo perturbadora. Mas antes de começar a pensar na intenção de nos perturbar ao fazerem um bestante assim, vejo lá no fundo o outro casal de tributos restante, e o que está no encalço deles. Logo volto a minha atenção para as passagens mais próximas às nossas, e uma criatura semelhante vem até nós.

- Não tenha medo de usar essa faca de uma vez por todas. - ouço Alpha murmurar para mim.

Ainda de joelhos, encaro a faca na minha mão trémula. Antes de eu responder ou ter alguma ação, vejo Alpha se dirigindo ao bestante. Petrifico com o cenário. Tento controlar minha respiração. Aperto a faca no meu punho, que ainda treme. E rezo por tudo que Alpha consiga dar conta daquilo, sem se machucar.

Resumo:
- Não empatar Alpha;
- Sair em seu socorro se o seu plano falhar.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 KzCoRryeQ666666666

00:xx hrs
10ºC
"It's Final Four."

O bestante se aproxima cada vez mais dos Tributos do Distrito 6. Alpha saca o seu chicote, se preparando para se defender do bestante, enquanto Athena dá alguns passos para trás e observa tudo de longe, estática. A criatura tem uma velocidade incrível, de modo que o primeiro golpe de Alpha é extremamente efetivo na ave, diminuindo assim a sua rapidez. O estralo do chicote afeta diretamente a audição do chocobus, assim como o seu equilíbrio. O Tributo Masculino do Distrito 6 começa a dar voltas no bestante, o que o deixa tomado por raiva. A criatura investe uma vez com o seu bico, mas erra. UM CANHÃO DISPARA! Por alguns instantes, parte do cérebro de Athena acredita que era de Alpha aquele canhão, mas . Alpha prepara o seu chicote e ataca novamente, ao mesmo tempo que a criatura. A arma se enrola no pescoço do bicho e Alpha tenta puxar para baixo sua cabeça. Mas o que o garoto não contava era que a fera estava em melhores condições que ele. A ave investe na direção de sua perna, mas acaba só fazendo um profundo corte com a ponta de seu bico no alvo. Com o susto, Alpha dá um golpe rápido e certeiro no bestante com sua foice, decapitando-o.

Ele dá alguns passos para trás e cai sentado, encarando então sua perna ensanguentada. Ele procura ao redor por Athena e vê a garota em completo desespero a alguns metros dali. Ele grita para que ela vá ajudá-lo.

Situação:
Saúde (70/100)
Fome (70/100)
Sede (82/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

Foi tudo tão rápido. E eu não fiz nada. Apenas fiquei parada. Ouvi o canhão e não me mexi. Nem estremeci. Mesmo quando pensei que pudesse ser o dele, mesmo quando pensei...

Engulo em seco ao notar que ele não se levanta de imediato. Ele me chama e eu sinto como se tivesse acabado de chegar aqui, como se antes eu não estivesse no meu corpo, mas apenas vagando e observando ao longe. Corro para Alpha e logo começo a avaliar seu ferimento.

- Desculpa... - peço de cabeça baixa já saindo minhas lágrimas caindo.

Tiro o meu manto e corto um pouco dele do fundo das costas com o auxílio da faca. Minha mão direita não me permitiria fazer grandes movimentos mas um pouco de tecido era o que eu necessitava.

- Isto vai doer, Alpha. Desculpa. - Afirmo enquanto aplico pressão na ferida. Ele sentir dor na realidade é algo bom. Enquanto doer, há algo que se possa fazer. - Eu preciso que você me diga quando doer, ok?

Corto mais um pouco no meu manto para prender o primeiro bocado e continuar a aplicar pressão. Ouço Alpha fazer o seu pedido para a Capital. E sim ele precisa de ajuda neste momento. Não é o momento agora para ter uma infeção. A ferida precisava ser limpa devidamente...

- Por favor, ajudem... - ranjo entre dentes.

Se não oferecessem dádiva a Alpha, não ofereceriam a uma inutil desinteressante como eu. Mas ele precisa. E se eu não mudar meu jeito aqui rapidamente, o Jogo pode acabar bem rápido para nós.. então... por favor...

Resumo:
- Cortar o manto para fazer um torniquete;
- Tratar do ferimento de Alpha.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 KzCoRryeQTOPTHREE_1

02:xx hrs
10ºC
"We're the heroes of our time,
but we're dancing with the demons in our minds."

Athena corre em direção a Alpha, cortando rapidamente parte do tecido do manto negro com sua faca. A garota trabalha delicadamente no tratamento do ferimento de seu aliado, fazendo um perfeito curativo, impedindo que esse perca sangue. Assim que a jovem termina, a atenção dos tributos é direcionada para o outro lado da praia, atrás da Cornucópia. O chocobus pula vorazmente em cima de um tributo e permanece alguns segundos ali parado. UM CANHÃO DISPARA!

Alpha começa a tremer. Athena parecia bastante assustada também, mas a garota não diz nada para seu companheiro de distrito. Tanta coisa passa pela cabeça da garota que fica muito difícil para que ela esboce qualquer reação. Chocobus volta correndo para a praia da Cornucópia pela mesma passagem que utilizou anteriormente, porém no meio do caminho a criatura escorrega nas pedras e cai no mar agitado. Não se vê mais sinal de vida do bestante após isso. O Duende se senta na Cornucópia e observa tudo de longe, sem esboçar qualquer reação.

Os Tributos do Distrito 6 sentam-se na praia e permanecem em silêncio. A névoa atrás deles continuava a tomar a floresta colorida, assim como a tempestade de neve na floresta fria e um enxame dourado na floresta queimada. Não havia como ver o que estava acontecendo na floresta verde, do outro lado da arena.

A atenção de Athena estava longe, de modo que ela não percebe um paraquedas descendo ali perto. A jovem só percebe quando o presente é rapidamente aberto por Alpha. Dois potes grandes com sopa bem quente. Alpha abre rapidamente o seu pote, mas antes que possa colocar qualquer quantidade em sua boca, Athena o impede.

— Coma aos poucos e com calma. Acredite em mim.

Ele olha desconfiado para ela, mas logo consente. Então os dois comem aos poucos a sopa de galinha com legumes. Athena começa a se sentir mais viva e mais aquecida com o passar dos minutos. O rosto de Alpha parecia voltar a ter mais vitalidade e cor. O aerodeslizador desce para buscar os mortos, pegando dois corpos no mesmo lugar que eles acabaram de ver o último tributo ser morto.

Situação:
Saúde (80/100)
Fome (100/100)
Sede (100/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

"He said I never left your side
When you were lost I followed right behind
Was your foundation."

O ferimento de Alpha, apesar de feio, era tratável. Como foi logo tratado ele não perdeu muito sangue. Continua com má cara, mas precisaria de outro tratamento para isso. Ele está fraco e não recuperou totalmente do seu estado febril.

Estava calma, e começado a me sentir aliviada quando um canhão se faz ouvir. O terceiro canhão a contar do fim. Sinto Alpha tremer ao meu lado, e me sinto empalidecer. Não podia ser. Não já.....

O outro cucaburro, o que foi que o Duende falou parecia estar entretido com algo. Nós daqui não podemos ir a lugar nenhum. Meu coração estava a mil, mas minha respiração estava encravada. Estava pensando em tanta coisa que não conseguia pensar em nada. O Duende apenas observa sem expressão. Nem quando perdeu seus bichinhos. Eu não conseguia decidir se isso era bom ou mau.

Só estamos nós e uma terceira pessoa... Só estamos nós e.. Quem seria essa terceira pessoa? E o que fazemos agora? E o que aconteceria então? Encaro a minha faca que seguro ainda na mão esquerda, seria eu mesmo capaz de usar isso para magoar alguém? Se não para me proteger a mim, para proteger Alpha, seria eu capaz? Como eu me encararia a mim mesma se tirasse a vida a alguém? Mas será que eu ainda teria que encarar alguma coisa?

Me atenção se prende a Alpha, eu não tinha nem reparado que um paraquedas tinha caído. A dádiva vinha mesmo a calhar. Uma refeição consistente depois de tanto tempo era o que estavamos necessitando agora. Penso imediatamente em Oliver e Otillie e no trabalho que eles dois devem ter tido para arranjar algo que deve ser tão básico, mas que por esta altura do campeonato devem valer pequenas fortunas.

Ordeno a Alpha que coma com calma. O que ele não necessitava agora era ficar mal disposta com a comida. A comida se torna bastante reconfortante, e não consigo evitar dar um sorrisinho ao ver que Alpha estava agora com melhor cara e com uma cor mais saudável. Mas meu sorriso logo se esbate com o som do aerodeslizador, que vem buscar os corpos.

Estremeço, sem saber como reagir. O corpo vem do mesmo local que o anterior.... esses tributos também estariam juntos... então...

Resumo:
- Comer e descançar;
- Refletir sobre o que fazer em seguida.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

01:xx ~ 06:xx hrs
10ºC
"We keep dancing with the demons"

Os fenômenos nas florestas não parecem dar qualquer sinal de cessar, fazendo com que o casal do Distrito 6 permaneça no mesmo lugar, ambos atentos ao ambiente ao seu redor. Athena sentia-se bem, dentro do possível, e percebia que Alpha já estava melhor do que antes. A sopa que haviam recebido certamente os havia ajudado.

Uma troca de olhares com Alpha é o suficiente para que ela perceba o cansaço em sua face, então sugere que ele tire um cochilo e descanse enquanto ela fica de guarda. O garoto hesita, mas logo cede e Athena o observa enquanto ele encontra uma posição menos desconfortável na areia e fecha os olhos a procura do sono. Seu tempo de vigia se arrasta tranquilo e sem nenhuma agitação, os minutos tornam-se horas e o cansaço pesa cada vez mais em suas costas. A necessidade de descanso é impossível de ser ignorada, então acorda Alpha e o garoto posta guarda enquanto ela cochila.

— OUCH! - A voz do Duende vibra alta pelo ar com um tom de surpresa e dor, arrancando Athena de seu cochilo que se mostra revigorante. A primeira coisa que a garota nota ao acordar, é que já estava dia.

Ela se coloca em pé e vai até Alpha. O silêncio impera por mais algum tempo, até que gotículas de chuva começam a cair completamente dispersas por todo o local.

— É... PARECE QUE EU JÁ CAUSEI PROBLEMAS DE MAIS POR AQUI... - O Duende se pronuncia mais uma vez, porém com o tom carregado de escárnio e malícia - A SITUAÇÃO ESTÁ PARA FICAR BEM FEIA, APROVEITEM SEUS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VIDA, CRIANÇAS.

A atenção de ambos os tributos se volta para a Cornucópia, onde eles veem a criaturinha humanoide dar um giro no ar e simplesmente desaparecer após uma lufada de vento. Os dois se encaram assustados. A chuva começa a apertar sutilmente e Athena é atingida por três gotas no braço direito. Imediatamente ela solta uma exclamação de dor e percebe que Alpha faz o mesmo. O local arde como se fosse queimado com fogo.

Situação:
Saúde (80/100)
Fome (98/100)
Sede (94/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

Não parecia haver muito que pudessemos fazer neste momento. Não no estado em que estávamos neste momento. Olho para Alpha e vejo o cansaço estampado na sua cara, lhe digo que descanse enquanto monto vigia. Mas ele hesita. Ele hesitou. O que ele está pensando? Que eu vou matá-lo durante o sono? Logo eu, e logo agora?

Ele acaba aceitando a oferta mas eu continuo me sentindo magoada por aquela hesitação. Se ele ainda não confia em mim... Como ele pode sequer? Não acha que se eu o quisesse morto o deixaria apodrecer com o corte que tem na perna? Ou que o teria feito antes, de todas as chances que tive? Ele dorme passado uns minutos de brincar com a areia.

Não é um sono calmo, ele se começa a se contorcer e a grunhir, se debatendo contra o chão. Uma parte de mim se ordena a ficar quieta em relação a isso, mas eu pego no paraquedas e o cubro com ele. Me sento perto dele e volto a cantar aquela canção de todas as noites. Que ele nem nunca sequer ouviu antes.

Encaro a criatura lá em cima, que continua a nos olhar com um olhar de desprezo. Realmente me perturbava tê-lo ali.Observando. Como se estivesse pronto a aprontar de novo. Alpha acaba por se acalmar. E eu fico cada vez mais cansada. Mais saturada. Só queria que isto acabasse de uma vez.

Acabo me fartando de esperar e desesperar. Meus pensamentos estavam voltando a ficar mórbidos e eu não queria encará-los. Cutuco Alpha e peço que me deixe dormir. Ele concorda e como das outras vezes se senta um pouco afastado de mim, como se tivesse asco. Fico encarando o idiota até adormecer.

Estava um dia solarengo. Não sabia onde estava mas, tudo reluzia com a luz do Sol. Me sentia feliz. Me sentia estranhamente feliz. Me sentia em paz. Como se nada me pudesse atingir de onde estava. Mas estava perdida. Onde estava meu pai? Onde estava Alpha? Onde estavam todos? Percorri todo o espaço até que encontrei uma pequena casa. A lareira estava acesa apesar do tempo de verão lá fora. Alpha estava na cozinha, sentado à mesa. Ele me encara e sorri. O que me deixa confusa.

- Que cara é essa, pequena?- Ele pergunta. ― Já acabou. Já temos nossa casa. Você gosta?

"Temos" e "nossa", agora sabia que algo estava errado. Me sento à mesa com ele. O encarando de semblante sério. Eu quero responder, mas as palavras não saiem. Não consigo falar, não consigo articular nem fazer um som. Tento gritar ao me aperceber disso, mas não consigo. Sou uma avox.

O pânico dessa descoberta me invade. Meu corpo se retrai. Quero pedir ajuda, mas não posso, e quando olho, Alpha já não está lá. Então ouço um estrondo.

E acordo. Agora o sol já tinha nascido, mas estava escondido pelas nuvens de chuva que se formavam. Me aproximo de Alpha, e fico ao seu lado em silêncio, até o Duende voltar a falar algo completamente medonho. Aproveitem seus últimos momentos de vida, crianças. E quase de imediato sinto algo queimar meu braço. Meu assusto ao perceber que é a própria chuva que me queima. Ouço Alpha exclamar de dor também. Nós temos que sair daqui. Só tem um sítio onde nos podemos abrigar.

Uso meu manto para me proteger da chuva ácida e corro com Alpha para a ponte. Atravesso com cuidado, tendo em atenção a armadilha e tendo cuidado para não escorregar na ponte como o bichinho à pouco. Corro o mais rápido que posso para o chifre da cornucópia e tento ignorar o ardor que sinto de cada vez que uma gota cai em mim e não no manto.

Resumo:
- Me proteger com o manto,
- Seguir para a ponte à minha direita, contornando com todo o cuidado a armadilha e o atravesso da ponte,
- Me abrigar dentro do chifre de metal.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

06:xx hrs
10ºC
"Not even starts last forever.
Cleanse us, Acid Rain!"

Assim que sente o efeito da chuva, Athena tenta se proteger com o seu manto negro. A garota segue Alpha correndo em direção à Cornucópia, passando por uma das pontes e evitando a armadilha no chão. O Tributo Feminino do Distrito 6 sentia a maior parte do seu corpo arder, como se tivesse ficado exposta ao Sol há bastante tempo. Algumas partes estavam mais feridas que as outras, mas por sorte a chuva não havia ficado tão forte até ela chegar à Cornucópia. Logo depois de alguns segundos que Alpha entra, Athena consegue se abrigar da chuva.

Alpha está encostado na parede da estrutura dourada, respirando profundamente. Ele não parecia tão mal, mas não lidava com a dor tão bem quanto Athena. A garota olha para o fundo do chifre e vê algo que faz suas pernas tremerem. Tori, o Tributo Feminino do Distrito 4, estava em pé na frente deles, segurando uma rede de pesca e uma adaga. Eles se encaram. Parece que a garota estava escondida ali o tempo inteiro.

A chuva continua caindo lá fora, fazendo assim com que os tributos sejam obrigados a permanecer dentro da estrutura dourada.

Situação:
Saúde (70/100)
Fome (98/100)
Sede (94/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

"He was raised in the edge of the devil's backbone
Oh, I just want to take him home."

Sentia tudo ardendo. Minha garganta ardia com esta última corrida. Me tento recompor o mais depressa possível. Alpha também parece agastado e com dores. Ambos estávamos queimados pela chuva. E o único abrigo disponivel e seguro era aqui.

Mas ao olhar mais fundo entendo que este local não era nada seguro. Havia um motivo pelo qual ele nos queriam aqui, sempre há um motivo pelo qual as coisas acontecem neste maldito lugar.

- Tori... - sai de minha boca mal a enxergo. Minhas pernas tremem e tenho que me esforçar para não cair de joelhos logo ali.

Mas fazia sentido ela estar ali. Se ela não estivesse ali, estaria morta por tudo que está acontecendo nos restantes territórios da arena. Era óbvio. Era tão óbvio. Ela parecia estar aqui já a algum tempo, e não via marcas de maior nela. Respiro fundo e tento manter a calma, mas minhas mãos tremem como gelatina.

De todos os tributos era ela quem eu não queria ver neste momento. Sou invadida por um sentimento de culpa, de traição. Era justificável. Penso para comigo, e respiro fundo. Me lembro do quão idiota foi. Os levei a acreditar que a minha situação com Alpha era semelhante à deles, mas não é. E eu estou com Alpha, e ela está sozinha.

Vejo ela avançar para nós e Alpha se agarrar à sua arma. Era agora. Dois de nós tem que morrer em poucos momentos, não há espaço para piedade, não há tempo para chorar, para tremer ou para duvidar. Só uma coisa é certa: O Distrito 6 vai levar um vitorioso para casa.

Quando ela foca sua atenção em Alpha, começo a circundá-la, caminhando calmamente em círculos em volta dela. Chamo por ela algumas vezes, lhe peço calma. Calma... Tento me acalmar a mim mesma. Minha faca está firme na minha mão trémula. Não deixar Alpha fazer tudo sozinho, dessa vez. Se for necessário, eu mesma terei que tirar a vida dessa garota.

Resumo:
- Caso a atenção da garota se focar em Alpha, circular em torno dela. Chamando-a algumas vezes para perturbar sua atenção.
- Caso ela invista contra Alpha, ou lance sua rede nele, se lançar sobre a garota e espetar a faca no pescoço da mesma.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 Arenaxxxx

06:xx hrs
10ºC
"I'm just a holy fool! Oh, baby, he's so cruel!
But I'm still in love with Judas."

Logo a confusão se instala no interior da Cornucópia. Tori não tira os olhos de Alpha e Athena. A garota segura com firmeza a sua rede de pesca e observa atentamente os movimentos de seus adversários. Athena tenta pedir calma para Tori, enquanto Alpha observa a reação da garota. É então que ela parece se irritar e arremessa a rede para cima de Alpha.

Ainda com a rede no ar, Alpha dá um golpe na armadilha cortando parte dela, mas ainda ficando um pouco atrapalhado com a mesma quando ela cai em cima dele. Athena sabia o que viria a seguir. Alpha era o perigo ali, não Athena. O Tributo Feminino do Distrito 6 parte para cima da adversária. Tori toma impulso para acabar com a vida do garoto, mas para ao perceber que Athena também avança para cima dela. Ela para em modo defensivo e desvia do golpe de faca de Athena, cravando a sua adaga em seguida no abdome da jovem. A dor era intensa e infernal. Athena dá alguns passos para trás e cai sentada, gemendo de dor. Da arma do Tributo Feminino do Distrito 4 escorria o sangue da aliada de Alpha.

Athena só pôde assistir tudo de longe. Alpha sai rapidamente da rede e lança a corrente de sua arma em direção a mão de Tori que segura a adaga. A arma se enrola nela e Alpha a puxa em sua direção. Tori se vira à força para ele, tirando então a sua máscara de gás e os óculos de visão noturna e os joga no chão. A mão da adversária permanecia presa na corrente e Alpha segurando com força a arma. Nenhum dos dois se move durante alguns segundos, até que Tori toma a iniciativa.

— Vocês nos traíram! Connor morreu e vocês também são culpados! - grita Tori.

Situação:
Saúde (30/100)
Fome (98/100)
Sede (94/100)

Pertences:
- Faca (mão esquerda)
- Manto negro (vestido)
- Máscara de gás (vestido)

ATHENA VANDYKE

"He was raised in the edge of the devil's backbone
Oh, I just want to take him home."

Sinto uma dor enorme em meu estômago. Era algo inscritível. Minha única reação foi recuar e cair sentada, agarrada ao estômago. A dor era mais intensa que qualquer outra coisa que eu tenha sentido. Não me consigo levantar, não consigo falar, e respirar é difícil.

Vejo meu ferimento e constato que uns centímetros mais ao lado e o meu canhão já teria soado, antes que de eu sequer ter tempo de ponderar se isto me causava dor ou não. Alpha e a garota continuam se enfrentando, mas eu não consigo ajudá-lo.Estou lutando para meus sentidos ficarem despertos. Alpha ainda pode precisar de mim. Eu não posso morrer já.

-Vocês nos traíram! - Não... - Connor morreu e vocês também são culpados! - Não..

As palavras da garota entra em meus ouvidos como a adaga dela antes, cada coisa que ela fala sinto ser uma punhalada. Tento controlar minha respiração ofegante. Tento me mexer mas não consigo. Tudo o que consigo fazer é tentar falar algo.

- Alpha não te traiu! Fui eu quem vos convenceu a nos ajudarem! - Falo para ela, mas a cada palavra que forço, sinto mais uma pontada de dor. - Só eu fui responsável pela morte do Connor. Eu poderia ajudar ele, mas não o fiz! O deixei para morrer! Deixei vocês dois para morrer! - minhas mãos que faziam pressão na ferida aberta começavam tremendo. Me sentia a entrar em choque. Eu precisava de ajuda urgente..

Lembro de quando formamos a aliança com eles antes do banquete. Eu não quis avançar para a cornucópia e lhes pedi que olhassem por Alpha. Pedi-lhes que cuidassem dele, que o trouxessem de volta a mim. E aquela garota segurou minha mão enquanto eu me ia abaixo e lhe fiz aquela súplica tão idiota..

-Tori, por favor, não mo leve.. - lhe peço outra vez, me sentindo completamente impotente.

Resumo:
- Aplicar pressão no ferimento aberto;
- Falar para Tori.

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

06:xx hrs
10ºC
"So one last time I need to be the one who takes you home."

Athena sente aos poucos a sua consciência oscilando. Ela sente os seus membros formigarem e sua cabeça girar. Ela sabia que não tinha muito tempo. O Tributo Feminino do Distrito 6 vê Alpha puxando Tori para baixo, e a adversária acertando sua arma no garoto. Nesse momento, toda e qualquer esperança de Athena morrem. Mas é quando Alpha parece se recuperar e cravar sua foice na barriga de Tori que Athena sente suas esperanças voltarem. O Tributo Feminino do Distrito 4 cai de costas na areia e Alpha, sentado. UM CANHÃO DISPARA!

Alpha encara seu ferimento hipnotizado. Athena chama por ele, com a voz bastante fraca. Ele encara a garota, assustado. Mesmo não entendo muito de habilidade medicinal, Alpha sabia que Athena estava na beira. Agora, só havia os dois vivos na arena...

ATHENA VANDYKE

"He was raised in the edge of the devil's backbone
Oh, I just want to take him home."

Não havia muito que pudesse fazer. Mesmo se tivesse algo para tratar o ferimento, minha vida continuaria a estar por um fio. Eu sabia desde o começo que se o Distrito 6 tivesse um vitorioso não seria eu. Lembro de pensar isso antes de entrar na arena. E de facto, Alpha precisava da vitória mais que eu.

Começo a me sentir culpada por não me ter despedido de meu pai como ele merecia. Por lhe ter mentido, e não lhe ter dito o que me iria acontecer. Não lhe ter explicado... Mas será melhor assim. Ele já perdeu toda a gente...

O canhão de Tori dispara. Alpha também estava ferido, mas quando o tirarem daqui tratarão dele com todo o cuidado, nem se notará. Ele ficará bem. De repente sinto uma guinada no estômago e no meio da dor chamo por ele, que me encara assustado. Ele se arrasta até mim e se ajoelha ao meu lado.

-Parece que terminou, hein? - Digo tentando sorrir, mas só consigo fazer uma expressão de dor - Você está bem?

- Quieta. - Ele murmura, o vejo tentar me tocar, mas suas mãos tremem. Sua expressão parece tão alterada. Ele está tão cansado. - Não importa agora como eu estou...

Rio do pouco à vontade de Alpha. Meu rio é abafado por um gemido de dor. O meu tempo estava passando.

- Desculpa eu não ter podido ajudar mais. - digo levantando minha mão para acariciar seu rosto, perto de seu olho agora inútil.

- Não diga baboseiras. - Esperava que ele se afastasse, como faz sempre, mas não. Ele deixou que eu lhe tocasse, que o acarinhasse. Que me despedisse, talvez. - Não... não tinha mais nada que você pudesse fazer.

Penso na ironia em que nos encontramos. Na maneira como entramos aqui. Na relação de ódio que tínhamos quando aqui chegámos. E em como esta situação parecia tão impossível há uns dias atrás.

- Eu já havia perguntado antes, Alpha. - digo com um sorriso cansado. - "O que vamos fazer se ficarmos os dois?"

- Eu pensei que saberia o que fazer caso acontecesse, mas na verdade, nunca me senti tão perdido. - Ele me responde, baixando o olhar. Suas palavras pela primeira vez parecem sinceras.

Não há malícia no seu rosto, ou gozo ou ironia.

-Perdido? - pergunto com surpresa.

- Sim, tipo... Sem saber o que fazer. Eu pensei que fosse fácil caso eu chegasse à final, mas não é. Só mais uma morte e eu voltaria para casa. Talvez eu só não acreditasse de todo que a última morte poderia pertencer a você.

- E não vai pertencer.. - digo sorrindo. Quase como se fosse algo cómico.

Minha mão continuava no seu rosto, o acariciando. Me assusto ao olhar para ela, minhas unhas tinham mudado completamente a cor. Eu já estava em estado de choque, e não iria durar muito mais. Eu já nem sentia dor, apenas sentia meu corpo desligar.

- M.. meu pai se chama Henry Vandyke. -Digo de repente e o faço o mais rápido que posso. Como se fosse me apagar a qualquer momento. - Ele está muito doente. Ele não sabe o que está acontecendo, por favor olhe por ele e por favor... por favor, não lhe diga o que me aconteceu...

Ele me assente com a cabeça enquanto me olha nos olhos. O que me faz crer que está sendo sincero. Meu pai vai ficar bem. Ele vai ficar bem, não vai ficar sozinho. Ele não vai sofrer com minha morte, não vai saber o que aconteceu, e não vai sentir minha falta. Me apercebo mais uma vez que vou morrer aqui e não vai haver ninguém no distrito Seis para sentir minha falta. No próximo ano haverão novos tributos e eu cairei no esquecimento no Distrito como tantos outros antes de mim, mas não é só isso. Não terei uma família chorando por mim. Quando o entusiasmo desta edição passar, ninguém vai se lembrar que eu existi...

- E se... se puder pedir mais uma coisa... - Peço, acariciando seu rosto. Mas não consigo formular o pedido que quero. Só havia mesmo uma coisa que eu queria. - Só não me esqueça, está bom?

- Não poderia esquecer. - Ele responde.

Me sinto como se fosse chorar, mas aguento as lágrimas. Não era assim que eu queria ir. Como uma fraca. Se não me mostrei forte em vida, que o mostre face à morte. E eu não queria que a última imagem que Alpha teria de mim fosse de mim chorando.

- Só espero que eu não vá com você me odiando. - sorrio, tentando me fazer de forte.

- Não tenho razões para te odiar. - Eu sabia que ele estava mentindo para a moribunda. Ele passou quase todo o tempo da arena me recordando o quanto tudo isto é culpa minha, e o quanto me odiava. Mas talvez algo nele tenha mudado, talvez isso fosse verdade, e ele não me odiasse mais.

Sinto meu corpo entrar em falência, e não consigo mais aguentar sentada, me forço a cair para a frente e caio no ombro de Alpha, minha respiração fica desregulada. Estava mesmo acabando, eu queria ficar mais um pouquinho conversando com Alpha, mas não é possível.

- Me desculpe.

Há um momento de silêncio. Começo a pensar como irá ser. O que me irá acontecer. Será que foi isso que Dia pensou nos seus momentos finais? E então minha mãe? Apesar de todas termos fins diferentes, todas nós sabíamos o que nos iria acontecer, que a morte era o que nos esperava. Eu me perguntei se Dia teria tido medo, mas eu apenas me sinto em paz, e espero que tenha sido isso que ela sentiu também.

-O-obrigado.. - ouço ele gaguejar.

Sorrio e me acomodo a ele, como se me fosse preparar para dormir nos seus braços.

-É.. obrigada..

Sinto meu corpo a falhar cada fez com mais gravidade. Não vou dizer que não é doloroso, porque é. Mas enquanto que a dor física que sinto é muito, meu espírito não dói. Estou em paz, e estou feliz. Alpha vai receber seus cuidados, meu pai vai ficar bem, e eu vou me encontrar com as duas pessoas que mais são importantes para mim. E se meu canhão disparou, eu já não fui a tempo de ouvir.

Athena Vandyke - Tributo Feminino do Distrito 6 - Página 4 Tumblr_lm7j79jy3m1qkybkro1_500

Don’t care if he’s guilty, don’t care if he’s not
He’s good and he’s bad and he’s all that I’ve got
Oh Lord, Oh Lord, I’m begging you please
Don’t take that sinner from me

» Olivia Moretto - Tributo Feminino do Distrito 3
» Adèle Chamberlain - Tributo Feminino do Distrito 8
» Tess Niels - Tributo Feminino do Distrito 11
» Kali Singh - Tributo Feminino do Distrito 7
» Luna Lewis - Tributo Feminino do Distrito 12