A Colheita no Distrito 06

Assunto: A Colheita no Distrito 06 Qui Set 25, 2014 6:27 pm

A Colheita no Distrito 6

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A Colheita então tem seu início. Depois de inscritos, todos os jovens entre 12 e 18 anos se dirigem para seus lugares. Todos os garotos e as garotas do distrito estavam ali. Todos separados por idade. Muitos deles estavam nervosos, alguns até choravam.

Os vitoriosos do distrito estavam sentados ao lado do Prefeito. Oliver Jackson e Otillie Ashby.

Depois do discurso do Prefeito, uma representante da Capital chega para dar início ao sorteio. Ela veste roupas estranhas e tem seus cabelos tingidos de uma cor muito artificial. O filme trazido direto da Capital começa a rodar, e quando o mesmo termina, a mulher histérica e de aparência artificial começa seu show.

- Chegou a hora de selecionar os nobres e corajosos tributos que terão a honra de representar o Distrito 6!

Tributo do Distrito 6!

Você deve postar nesse tópico, narrando quando chegou, assistiu ao filme e viu tudo acontecer. Mas atenção! Você irá narrar apenas a sua entrada, o tributo será selecionado por mim, então não deve mencionar que se voluntariou ou foi selecionado, narre apenas que você está presente no local. O que sente.

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Qui Jan 08, 2015 4:13 pm

ALPHA MALLOCH

Finalmente meu último ano dessa maldita 'tradição'. Infelizmente ainda vou ter que assistir a essa porra para o resto da minha vida, depois. Os meus motivos para odiar esse dia não eram os mais previsíveis, mas sim o facto de ser o único dia do ano em que o meu pai e a minha mãe se têm que reunir no mesmo lugar.
Só que para minha felicidade, esse ano seria extra pior! Porque para além de aturar o idiota do meu pai chateando a minha mãe, vou estar estar eu demasiado perto desses dois vitoriosos babacas para o meu gosto. Nem sei qual deles detesto mais. Ser escolhido para os Jogos Vorazes acabou de se tornar ainda pior do que seria tendo em conta que teria de ser acompanhado por um desses dois idiotas. Eu não estaria para isso.

Assim que recolhem a minha amostra de sangue, sou dirigido para perto dos restantes rapazes de 18 anos. Muitos eram meus colegas de trabalho, pessoas que não me importaria nada de ver sendo enfiadas na Arena. Melhor só poderia ser aquela garotinha imbecil que se meteu no meu caminho da outra vez.
Pelo menos estando nesta posição, cá atrás com os da minha idade, ficava mais perto da minha mãe e do meu pai. Daria para manter a ordem nesse idiota. Empurro os restantes garotos um pouco para o lado, de forma a me poder colocar na ponta. Consigo avistar a minha mãe um pouco lá ao fundo, e os olhos dela acabam por encontrar os meus. Aceno-lhe com a cabeça afirmativamente, em sinal de segurança. O prefeito já estava fazendo o seu discurso e eu não poderia me preocupar menos, com essa outra amostra de ser que habita esse Distrito.

Quando a representante da Capital chega e começa a passar o mesmo filme chato, eu me pergunto se essa coisa continuará a passar daqui a cinquenta edições. Será que eles não têm criatividade para fazer algo inovador? Se lá na Capital são tão apoiantes da inovação... talvez demais. Sem querer, acabo por deixar escapar um bocejo, enquanto espero o acontecimento progredir.

Ich - hab' mir vertraut
Und doch hab' ich mir nicht geglaubt
Der Strom der mich umspülte
Ich komme nicht zur Ruhe . . .

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Qui Jan 08, 2015 6:39 pm

ATHENA VANDYKE

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-Mas tem que vir, papai. Você sabe como é. É assim todos os anos. - Digo para meu pai, a senilidade nele veio mais cedo e eu estou sozinha para tomar conta dele.

É o dia da colheita, não minha última colheita, mas isso já esteve muito mais longe, apesar de que não gosto de ver minhas chances de ser escolhida aumentando a cada ano. Para hoje uso um vestido rosa pelo joelho, rendado. Muito infantil, mas eu gosto bastante, é a última coisa que minha mãe me ofereceu antes de decidir que viver não era para ela.

Peço a minha vizinha que nos acompanhe que olhe por meu pai para olhar por ele enquanto estou na colheita, seus lapsos de memoria era perigosos, para mais no dia da colheita.

-Eu venho já.- Digo para os dois antes de me juntar às demais garotas de 17 anos. Olhando o olhar assustado de Otillie só espero que a proxima não seja eu..

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Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Qui Jan 08, 2015 7:34 pm

O SORTEIO

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- Primeiro as damas!

A mulher então remexe os papeizinhos dentro do globo com seus dedos longos e magros, até que ela retira um deles de lá de dentro. Ela sorri para a platéia e faz um pequeno suspense antes de anunciar o nome do Tributo Feminino do Distrito 6 daquela Edição.

- Athena Vandyke.

Todas as garotas respiram aliviadas, menos uma. Os Pacificadores a acompanham até o palco. A estranha mulher então se dirigi até o globo com os nomes dos garotos e retira um papel. Assim como os das meninas, ela faz um pequeno suspense, mas logo anuncia o nome do Tributo Masculino.

- Alpha Malloch.

Os Pacificadores o levam até o palco. Uma vez que seu nome foi chamado e ninguém tomou seu lugar, não há como voltar atrás. Os vitoriosos pareciam um pouco agitados, cochichando demais um com o outro. O Prefeito continuava com a sua expressão vazia e sem dó.

- Se cumprimentem e bom Jogos Vorazes!

Então a Colheita se encerra.

Tributos do Distrito 6!
Descrevam qual foi o seu sentimento ao ouvir seu nome e o que sentiu no palco.

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Sex Jan 09, 2015 12:04 am

ALPHA MALLOCH

Não faço ideia de quem seja essa Athena Vandyke, mas tenho um pressentimento de que devia saber... quando a garota sobe ao palco, hesitante, não consigo controlar o riso. Bom saber que esse ser vai levar o castigo que merece.

Porém, o que eu oiço a seguir, me deixa num estado apavorado. Sinto meus olhos se abrirem muito, assim que as palavras me batem.

É o meu nome.

Era o que eu menos esperava.

*

Toda a minha vida vivi apavorado pelo meu pai. O medo que eu sentia nas Colheitas nem podia ser considerado de medo, comparado com o que eu sentia em casa. Principalmente quando a minha mãe também estava lá. Viver 24 horas com a mesma preocupação na cabeça me deixava louco. E agora sinto isso regressar. Como um velho amigo que a gente pensara já ter esquecido.

*

É o puxão que sinto dos Pacificadores que me desperta. - Não! - me debato contra eles, mas eu sabia que não havia nada a fazer. Eu estava abandonando minha mãe. Ela vai ficar sozinha com esse monstro! Volto a olhar para a plateia. Lá estava ele, sorrindo maliciosamente para mim com aquele sorriso torto... não, não podia ser. Os meus olhos enchem-se de ira. Isto foi o que ele sempre queria. E eu queria gritar para a minha mãe fugir, mas não sabia as consequências que isso poderia trazer para mim.

Assim que me empurram para cima do palco, dou de caras com o trombudo do Prefeito do Distrito, com o seu olhar vazio e indiferente. - Você...! - rosno para ele, mas os Pacificadores me voltam a empurrar para o centro do palco e desta vez decidem não se afastar muito. A culpa é daquele babaca! Ele fez questão de eu e essa criatura sermos os escolhidos, como castigo do que aconteceu! Não, a culpa não é só dele.. também é dessa imbecil que me acompanha... oh, como ela vai sofrer de agora em diante... e esse par de idiotas a que chamamos "Vitoriosos"! Como poderia alguma vez aprender algo daqueles dois? Como poderia SEQUER querer ajuda? Me mostraria tão... submissivo. Não, isso não pode acontecer. Eles falam para nos cumprimentarmos, mas a única coisa com a qual cumprimento a que a partir de agora será a minha parceira é com um olhar mortal de quem diz, "você está morta".

Ich - hab' mir vertraut
Und doch hab' ich mir nicht geglaubt
Der Strom der mich umspülte
Ich komme nicht zur Ruhe . . .

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Sáb Jan 10, 2015 12:33 am

ATHENA VANDYKE

Athena Vandyke...

Não... Não... Isso não pode estar certo.. Não.... Olho em volta mas ninguém se move. Aliás o movimento que há é para abrir um caminho entre mim e o palco. Não há qualquer erro. Sou eu. O tributo feminino do distrito 6, na edição 26ª dos Jogos Vorazes... Sou eu, Athena Vandyke...

Enquanto subo no palco olho a plateia procurando meu pai. Ele parece confuso, mais confuso que o habitual. Minha vizinha está com ele assistindo de cabeça baixa. Eu sorrio para eles... o mais certo é meu pai não entender o que está passando, assim não sofre... Quando ele entender o que se passou..

Pouco depois chamam, o garoto. Malloch. Ele sobe com cara de quem odeia o mundo. Ele me odeia depois do que aconteceu, mas melhor se acostumar comigo. Não gosto mais disso que ele. Ele me manda um olhar ameaçador quando nos manda comprimentar mas eu respondo com um sorriso desafiante. 'Se quer durar, tem que lidar comigo'.

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Sáb Jan 10, 2015 12:36 am

A DESPEDIDA

Depois de se cumprimentarem, os tributos são levados para dentro do Edifício da Justiça.
Dentro do prédio, eles são separados e colocados em cômodos, onde esperam para se despedirem de seus familiares e conhecidos.

Tributos do Distrito 6!
Façam uma breve despedida com sua família e/ou amigos.

Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Sáb Jan 10, 2015 10:29 pm

ALPHA MALLOCH

A maneira como aquela idiota sorriu para mim deu-me vontade de a esganar naquele momento. Como se isto fosse alguma piada... vai ter piada quando ela morrer na Cornucópia, só se for.
Eu ainda não estava acreditando. Foi por isso que ele não nos matou logo! Ele planejou nos enviar para a Arena! Pois temos muita pena, porque eu vou voltar e ajustar contas com ele pessoalmente. Ele vai ver... ele e esse par de Vitoriosos ridículos!

Os pacificadores me enviam para um cômodo e fico lá sentado esperando alguém que viesse se despedir de mim. A minha mãe, provavelmente. Assim que ouiço a porta se fechar atrás de mim, mando um pontapé contra uma das cadeiras, antes de me sentar nela apoiando a cabeça na minha mão. Mas que grande porra.

Minha mãe não tarda a entrar, mas hesito um pouco antes de me levantar. Nem podia imaginar as barbaridades que meu pai lhe faria de aqui para a frente...

- Alfie, querido... -ela começa, antes de me abraçar. Eu volto a hesitar, mas abraço de volta. - Você vai ficar bem. Eu sei que sim. - Ela me aperta com mais força, mas eu sentia algo de estranho com a voz dela. Ela sabia que algo estava errado.

- Eu talvez vá. Mas você... - suspiro. - Sabe, mãe, não são os Jogos que me estão preocupando mais... - Afasto-a de mim e a olho nos olhos antes de continuar. - Mas o que irá acontecer com você. Fique longe do pai, mãe.

Eu fico olhando ela, muito sério. Eu sempre fui a barreira entre eles os dois desde que se separaram. Eu me assegurei todo o santo dia que ele não faria mais nada com ela. Mas agora...
Vejo uma lágrima caíndo do canto do olho dela, o que me faz desviar o olhar. É nesse momento que um Pacificador entra na sala avisando que o tempo havia terminado, e eu quase que o mandava calar a boca. Volto a olhar para a minha mãe e afirmo com a cabeça. - Fuja.

É a última coisa que lhe digo, antes de a forçarem a sair da sala.

*

Abro a porta do cômodo com a intenção de perguntar a um Pacificador se poderia avançar com as coisas, pois não esperava mais ninguém vir se despedir de mim. Mas quando abro a porta, dou de caras com a última pessoa que eu queria ver.

O meu pai.

Ele me empurra para dentro da sala e fecha a porta atrás dele.
- Olha só quem tem os dias contados. - O sorriso amarelo horrível dele revelava-se de uma forma repugnante.

- Você, se não deixar-me a mim e à minha mãe em paz. - riposto.

- Então, é assim que um filho fala para o seu pai? - ele fala em tom triste, antes de soltar uma gargalhada que explode comigo. Aquela gargalhada caraterística que eu ouvia todas as noites, acompanhando o choro da minha mãe. A minha raiva acumulada faz-me o empurrar até à parede, prendendo o seu pescoço. A expressão dele muda de imediato, tornando os seus olhos arregalados. Mas eu ainda sentia os meus braços tremendo.

- V-você... - minha voz tremia também. - Você não é meu pai! - Ele volta a rir, até ver meu punho ir contra a boca dele. Acabo por apenas tapar a sua boca no último segundo, pois se algum Pacificador visse ele sangrando eu é que sofreria as consequências, e não estou para isso agora.

- Se você pensa que esta a última vez que me verá, está muito enganado. Que nem se atreva a aproximar UM DEDO da minha mãe! Eu irei voltar e... e...você irá ver, maldito!

Me afasto dele, arfando. Nunca em toda a minha vida tive coragem de enfrentar meu pai. Nunca. Não sei o que se passou comigo. Talvez a adrenalina de ir para os Jogos? Talvez o facto que, apesar do que eu lhe disse, há alguma hipótese de que ele nunca mais me verá à sua frente? Ele olha para mim intensamente, ainda assustado, arfando também. E eu saio porta fora, batendo com a porta com o meu pai ainda lá dentro.

Ich - hab' mir vertraut
Und doch hab' ich mir nicht geglaubt
Der Strom der mich umspülte
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Assunto: Re: A Colheita no Distrito 06 Dom Jan 11, 2015 1:22 am

ATHENA VANDYKE

Que faço agora? Que me vai acontecer? Que vai acontecer ao meu pai? E agora? E agora?
Aquela sala parece tão pequena... Tento me recompôr quando meu pai entra, ele parece maravilhado com a sala.

-Que sitio bonito. Venceu algo? - Ele pergunta.

-ah... sim, lembra a roleta que participei? Ganhei, e vou estar fora uns dias recolhendo o prémio. - digo forçando um sorriso, mas minha voz treme - Nossa vizinha vai olhar por você, seja bom com ela enquanto estou fora.

-Vai ficar fora muito tempo?

-Venho logo que possa. - o abraço chorando.

É melhor que ele nao tenha noçao... assim nao ira sofrer... mas ele me aperta forte no abraço e eu começo chorando... Eu sou a ultima que lhe resta... Ele precisa de mim.

-Eu te amo, Athena... - ele diz antes de ser escoltado fora da sala....

O que eu faço agora?

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