26º Edição Anual dos Jogos Vorazes
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 Luna Lewis

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Luna Lewis

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Mensagens : 31
Data de inscrição : 29/10/2014
Localização : Distrito 12
Jogador : Natalia

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MensagemAssunto: Luna Lewis   Luna Lewis Icon_minitimeSex Nov 07, 2014 12:56 am




Luna Lewis 2qmzu3a

Nome Completo: Luna Lewis
Idade: 18 anos
Altura: 1,63 m
Peso: 62 g
Distrito: 12
Destro ou canhoto? Canhota
Ocupação: Cultivadora de Ervas

Perícia: -

Habilidade: Identificação de Alimentos, Medicinal e Manusear Fogo

Distribuição dos Atributos:
Agilidade: 5
Precisão: 4 {+1}
Inteligência: 7
Força: 5
Charme: 5
Carisma: 1
Astúcia: 4
Resistência: 4 {+2}

Fraqueza: Depois de um evento traumático, ela passou a ser paranoica.

O tributo em três palavras: Culpa, Bondade, Dedicação

Photoplayer: Georgie Henley

Sobre:

Uma porta se fecha. Tento me esconder mas ele me encontra e, puxando meus cabelos, me traz até a pequena sala. Minha mãe está ajoelhada em um canto, a dor estampada em seu rosto em forma de um enorme roxo, da qual ela tenta em vão tampar. Seu choro era agudo e constante, e como eu gostaria de poder ajudá-la, porém agora eu era refém do monstro também.

Ele começa a esbofetar meu rosto, e eu tento fazer o que posso para escapar. Como isto podia ser meu pai? Toda vez em que uma de minhas marcas saravam, lá estava ele e outros roxos apareciam logo em seguida. E o mais triste de tudo era saber que ele estava em plena consciência quando realizava suas torturas. Nenhum sinal de álcool ou droga. Me fazendo olhar em seus olhos, ele me vira e diz rindo:

-Meus genes fizeram um belo trabalho, olhe esta pele e estes cabelos tão sedosos. Mas querida, filha de vadia, vadia é. E sabe o que elas merecem? A morte. - E, para atingir minha mãe, diz: - Eu já cansei, amor. - Olhava de forma animalesca para ela, rosnando. -  Agora é hora em que você vai ver sua linda Luna ir embora para sempre.

De repente ele apertou as duas mãos em torno do meu pescoço. O ar se esvaia, e uma pequena luta pela minha sobrevivência dava as coordenadas do meu corpo. Assim, reuni toda a força e chutei no meio de suas pernas. Com o impacto, ele me soltou, o que me fez cair e com um certo esforço, eu corri em direção a cozinha. O medo preenchia cada célula, e no impulso peguei um facão. Um grito foi dado e eu sabia que vinha de minha mãe. Queria ir até lá, porém, o pânico me deixava rígida como uma pedra. Ouvi um baque e isso gelou meus ossos. "Será que ele.. não, não pode ser."

Silêncio. Os segundos, minutos, passavam e nada. Apoiava minhas costas no armário da cozinha, a faca em punho e apesar da pose determinada, a fraqueza se apresentava nas lágrimas que escorriam por precipitação do pior que poderia ter acontecido. Passos. Ele estava vindo e logo se materializou ali, o sorriso tão grande que aparentavam até algum corte profundo dos dois lados.

-Então quer dizer que a covarde vai tentar lutar contra mim? - Soltou uma gargalhada enquanto se aproximava mais - Nós sabemos quem vai continuar vivo hoje e não será nenhuma garotinha boba. - Seu tom de voz era uma mistura de satisfação com nojo.

Agora ele estava a dois passos de distância. Ele ria como se estivesse em um circo, e talvez, naquela cabeça, matar podia ser uma diversão. Já era mais do que a hora da tenda ser recolhida e eu sabia que cabia a mim a garantia disso. Sem pensar, quando ele deu o seu primeiro movimento, eu o atingi no peito com a faca. Suas mãos tentaram lutar contra isso mas nem retirar a faca ele conseguiu pois, caiu já quase sem vida no chão.

"O que eu fiz?" Meus olhos inundaram com a tremenda crueldade que eu tive. "Agora sou um monstro igual ele." Me senti suja e, ao retirar a faca do corpo, fui inundada com uma vontade de acabar com tudo aquilo de uma vez. Com as mãos trêmulas, tentei repetir o mesmo movimento, só que desta vez em minha direção. Até que ouvi grunhidos vindos da sala. Minha mãe. Não podia deixá-la sozinha. Então prometi que ia reparar meus erros, protegendo ela até o último dia de minha vida. Assim, quando a encontrei, tratei logo de levá-la até o curandeiro. Lá, a pergunta que eu mais temia foi feita e tive que dizer que meu pai havia cometido um suicídio. Proteger significava também esconder este segredo a sete chaves.


O sol deixava seus primeiros rastros na cozinha. Preparava o café da manhã, e como praxe, as lembranças apareciam sem avisar, deixando meu rosto ser banhado por lágrimas. Com um pano, sequei e voltei ao trabalho. Afinal, em questão de minutos, toda a vizinhança iria aparecer na janela e o mingau tinha que estar pronto. Era tão gratificante poder ajudar todo mundo, e esta foi uma boa coisa que surgiu depois do ocorrido de três anos atrás.

-Bom dia! - Minha mãe aparece e me dá um abraço, seu rosto era iluminado, daqueles que você esquece de toda a miséria que passa, porque ele te conforta, dá alegria. E se tem uma coisa que aprendi, foi que um sorriso muda tudo, e no caso dela isso era extremamente visível. - Qual o cardápio hoje, mademoiselle?

Mesmo sabendo que todo dia o que tínhamos era panqueca, ela gostava de fazer uma imitação do pessoal da Capital e queria que eu inventasse um nome diferente para o prato todos os dias. Enquanto meu lema era de que tendo farinha, açúcar, sal e um ovo, não passaríamos fome, o dela era de que a vida ia melhorar, e que um dia eles que iam ter que comer 'comida repetida' todo dia, enquanto que para nós, só coisas diferentes e gostosas. Ela era uma grande sonhadora e só descobri isso quando ela superou as dificuldades trazidas pelo homem que um dia chamei de pai.

-Temos estrelas crocantes com líquido transparente, que dá a sutileza necessária para a sobrevivência. - Sorri e logo escutei o barulho da fila que se formava em nossa janela. - A senhora poderia me dar um minuto? Tenho negócios a tratar. - Tentava articular de forma bizarra as palavras, se aproximando do estilo da Capital.

O Distrito 12 era conhecido pela pobreza e isso refletia em nosso ser. Tudo era miserável mas, momentos como aquele, de ter algo para comer, mudavam tudo. O brilho nos olhares das pessoas contagiava e nesse momento eu sentia que estava sendo quem eu realmente sou. Minha vida era para garantir a do outro. Até em meu trabalho, cultivando ervas para um curandeiro, procurei um jeito de poder ajudar mais pessoas. Isso me completava, mas não reparava o erro que cometi.

Um anúncio aparece do nada na TV. Era a chamada para a Colheita. Fiquei nervosa só de olhar para aquelas imagens. E se fosse sorteada? Aquele era o último ano que meu nome ia para o sorteio e isso me deixou preocupada. Ainda existia uma chance de estar ali, sendo treinada para matar alguém. Matar. Há anos eu tento esquecer até da palavra. Devo ter ficado pálida ao ver e ao imaginar, porque o menino que estava na fila me olhou com solicitude e perguntou se eu precisava de alguma coisa. Sorri tentando disfarçar, porém tudo o que pensava era no sangue em minhas mãos naquela maldita Arena.  




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